segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Retrospectiva!

Falar por falar...
Escrever por escrever...
Será que alguém vai ler as palavras que aqui escrevo?
Será que existe alguém capaz de entender o verdadeiro significado que me leva a escrever?
Por alguns instantes durante o dia de hoje, pensei muito sobre essas questões, queria compreender o que me leva a escrever coisas minhas e só minhas, disponibilizando-as para quem quiser ler... e nesses momentos os pensamentos foram inúmeros, cheguei a tantas conclusões e destruí tantas delas, que agora já nem sei ao certo porque escrevo! Percebi que na maioria das vezes preciso simplesmente, deixar que as emoções saiam de dentro do meu ser, talvez tenha sido a maneira que encontrei de não enlouquecer com tantas alegrias, tantos sofrimentos, tantos sentimentos!

Acordei com uma vontade tremenda de falar sobre a sensação de leveza que se apoderou dentro do meu ser de ontem para hoje, a alegria que tomou conta de mim. Preciso compartilhar o crescimento que venho tendo nas últimas semanas, então decidi escrever...
Esse ano foi marcado por muitas mudanças em minha vida, novas pessoas, a faculdade, brigas, términos de relacionamentos, começo de outros, muitos erros, muitos acertos, sofrimentos, alegrias, medos, sonhos novos, conquistas etc., e com elas passei por um amadurecimento e assim veio o crescimento, sinto-me agora muito mais preparada para encarar tudo e qualquer coisa que possa acontecer em minha vida...
Seria inevitável pensar nesse ano e não recordar de tantos acontecimentos, alguns me embrulham o estômago só de pensar, outros tantos me levam aos sorrisos e muitos até chegam a causar gargalhadas...
Mas hoje, enquanto pensava e refletia em tudo o que ocorrera ao decorrer de um único ano, me dê conta do quanto deixei muita coisa passar em minha vida por medo de viver intensamente novamente, deixei minha vida ficar estagnada, sem grandes emoções, sem grandes entregas, por causa da sensação de estar bem, quando na verdade estava acomodada com as coisas que me cercavam. No entanto não me arrependo de ter vivido esses momentos, eles me trouxeram crescimento, e o principal, o nascimento de uma família, talvez a família mais verdadeira que já tive em minha vida, cheia de problemas como todas as outras, cheia de amor e sinceridade – acredito que as pessoas mais importantes da minha vida surgiram nesse momento.
A vontade de voltar a ser a pessoa que eu sempre fui, acreditar no amor, acreditar na beleza de um sorriso, acreditar que ajudar as pessoas pode sim começar a mudar o mundo, pequenas coisas que aos poucos foram mostrando-me que eu realmente estava deixando passar fatores importantes em meu mundo. Voltada nesse sentimento de querer viver bem a vida e não deixar que tudo passasse despercebido, estou onde estou agora, lutando para alcançar tudo aquilo que tenho como objetivo e conquistar a realização dos meus sonhos.
Despertei-me para a vida, e acredite não deixarei nada passar sem ao menos ser vivido com a intensidade que naquele momento merecer, não deixarei de sentir alegrias, não recuarei diante daquilo que acho que preciso viver, saberei pedir desculpas quando errar, deixarei que os acontecimentos venham e encararei cada um da melhor maneira possível.
Nessas últimas semanas conheci pessoas que, devido as circunstâncias de suas vidas, fizeram-me pensar e refletir a cada passo, no passado, no presente e no futuro... algumas me trouxeram dor, sofrimento, outras me trouxeram tanta felicidade que nem sei explicar...
O dia de ontem expressa muito bem tudo o que estou sentindo dentro de mim, em um único dia cresci e aprendi tanto, vivi sentimentos únicos - não digo único no sentido de jamais tê-los vividos e sim, no sentido de notá-los de uma maneira nova - entre eles o medo e a alegria foram os que mais me marcaram... diria que vivi meu dia com paixão, entreguei-me a ele de corpo e alma, sem medo do que estivesse por vir, sem medo do que pudesse acontecer, consciente de que muita coisa poderia dar errado e sem a menor expectativa do que pudesse ocorrer mais para frente. Em alguns momentos tive medo, medo da alegria que sentia, medo do bem que tomava conta de mim, medo das sensações boas sem conseguir entender o que me levava a sentir aquele medo, por outro lado a alegria escondia o medo e me fazia ver o quanto tudo aquilo estava sendo importante para certas decisões, alegria por estar ao lado de alguém que me faz bem, alegria por poder acreditar em mim mesma e por saber que posso ir além daquilo que imaginei que fosse meu limite! 
Falo e tento explicar tudo o que sinto, mas as palavras ficam pequenas perto das sensações que tomaram conta do meu ser... eu estou bem, sinto-me feliz, sinto-me forte e só preciso agradecer, agradecer as GRANDES PESSOAS que me proporcionam toda essa vontade de crescer cada vez mais e que estarão ao meu lado vivendo cada segundo da melhor maneira possível para que ele não tenha acontecido em vão!!!

“Você aprende a levantar-se sozinho e cuidar de si mesmo e neste processo um sentido de segurança nasce da autoconfiança”

By Tammy Capovilla


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um pouco de mim, um pouco da indignação que sinto diante do mundo!


Falar desse assunto, não é algo muito fácil de se fazer, principalmente quando você se refere a você!

Estava assistindo jornal hoje e vi a reportagem da menina que morreu por causa de uma aplicação de vaselina liquida em sua veia....isso me revoltou, mas que isso, me fez pensar em muitas coisas que já vivi e no que essa família deve estar sentindo agora.

Meus pais são falecidos, perdi meu pai aos 03 meses de vida e minha mãe as 14 anos de idade, até hoje existe um sofrimento, uma angustia, não dá para explicar o nó na garganta ao pensar que estou sozinha aqui nesse mundo gigantesco. Sinto um vazio muito grande, apesar de uma superação maior ainda.

Existem momentos na vida que nos machucam, que nos levam ao fundo do poço, cabe a você lutar para se reestruturar, só a você. Algumas pessoas vêem a morte como uma coisa ruim, outras com algo natural da vida. Eu a vejo assim: é absolutamente normal morrer, mas quando se está velho, quando não temos mais nada a fazer, quando já vivemos tudo o que nos cabia viver; natural é um filho enterrar seus pais e não um pai enterrar um filho; agora não venha dizer que é normal morrer com 01, 05,  12, 20, 30, 40, 45 anos de idade, não, eu não aceito isso...a morte pode ser algo natural da vida, mas morrer sem ao menos ter tido a oportunidade de viver até a maturidade é cruel.

Natural ou não, machuca, e como machuca....deixei passar despercebido dois anos da minha vida por sentir uma dor intragável, hoje sinto muito por isso, mas naquele momento eu precisava me afastar do mundo, ficar sozinha, dar voz para essa dor que sentia. Agora, aos 21 anos de idade, sinto que se não tivesse passado por isso, eu jamais saberia o verdadeiro valor da vida, do amor.

As pessoas acreditam que ser feliz é ter cada vez mais dinheiro, cada vez mais bens, mas esquecem - deixam de lado - o que realmente nos faz feliz, o amor, a amizade, o convívio com as pessoas, o tempo livre para dedicar-se ao afeto....Você faz alguma coisa para o bem do próximo? Algum dia pensou em ir visitar um lar de idosos, um lar de crianças carentes? Algum dia deu algo sem esperar nada em troca? ... São poucas as pessoas que pensam em fazer bem as pessoas.....TODAS as pessoas têm o direito de ser FELIZ....se você é feliz, por que não proporcionar felicidade a quem não a tenha?

Entre trabalhos voluntários, após a morte da minha mãe, eu renasci, eu aprendi que as pessoas morrem, mas que continuaram vivas se a mantivermos em nossos corações, em nossas lembranças....eu vi crianças implorarem para ficar longe dos próprios pais, alegando maus tratos....eu vi crianças sorrirem por causa de um simples abraço....eu vi crianças acreditarem que um dia tudo aquilo iria passar, que não importa o quão difícil seja a caminhada, sempre existirá alguém capaz de dar amor....eu vi idosos cheios de vida, capazes de serem mais alegres do que nós jovens.....eu vi idosos chorarem por serem abandonados por seus próprios filhos e no instante seguinte sorrirem por estar diante de pessoas que nem se quer família eram, mas que estavam ali para dar amor sem se importar com quem e para quem era aquele carinho...eu APRENDI muito com tudo isso.

Aprendi que não importa a dor que sentimos aqui dentro, podemos ser feliz, que não importa quantos erros cometemos, mas sim o que eles nos ensinam, que a vida pode ser curta demais para dar valor a coisas supérfluas, que em muitos momentos a solidão parece a melhor saída, quando na verdade é a maior armadilha, que dedicar-se a algo ou a alguém sem esperar nada em troca é a maior prova de amor que podemos dar, que acreditar não é sonhar, é mágico, é querer ir além e poder ir além quando tudo e todos ao seu redor dizem que você não vai conseguir, e saber que pode sim, porque você acredita em VOCÊ mesmo, aprendi que amor quando é amor, não se apaga, não se arranca da alma, do coração, é impossível, mesmo que exista decepção, aprendi que a maior felicidade que posso ter é saber dividir o que me faz feliz com que está ao meu lado, e que amigos, quando amigos, erram, acertam, e precisaremos entender cada passo, mesmo que isso nos doa.

Então eu me pergunto...onde mora a alegria das pessoas, ao verem uma notícia como a dessa menina no jornal? Ou outras tantas de morte, fome, drogas, ..., ??? 

Volto a minha mãe, não acho justo que ela tenha morrido aos 46 anos de idade, muito menos por saber que foi de câncer. Não foi justo com ela, não foi justo comigo, mas me ensinou a viver, a saber dar valor nas pessoas que tenho a minha volta e a entender que é preciso acreditar que o mundo pode ser feliz e que possa existir paz....mas enquanto não houver AMOR e SOLIDARIEDADE, não haverá FELICIDADE!

Deixo aqui minhas palavras, meus sentimentos, um contribuição para quem consiga entender a grandeza disso tudo....

Partilho com vocês meus verdadeiros sentimentos, o que eu realmente acredito de coração aberto!

Queria agradecer meus amigos que me fazem ver sempre que a vida pode ser mais bela, basta a gente querer!!

By Tamires Capovilla