segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Reflexo do Meu Ser


Ao se preparar para dormir, sentia mais uma vez aquela sensação nostálgica de vazio dentro de si, como se nada fosse capaz de preenchê-la naquele momento. Era em vão lutar, aquela força destruidora tomava conta de seu ser a todos os momentos. Então se virava de um lado para o outro, buscava algo que pudesse acalmá-la, tranquilizá-la. Com tanto vazio dentro de si, apegou-se em sua única certeza - o amor de Deus - vencida pelo cansaço, adormecera.
O vento soprava cada vez mais forte sobre seu rosto, sobre seu corpo, fazia com que estremecesse de frio. Aquilo a deixava presa dentro de si, como uma sensação de vazio, tentava lutar, buscava acalentar sua dor, mas tudo o que fazia naquele momento era em vão, mero esforço, mera fantasia. Queria se libertar, queria sentir-se livre, queria confiar em si, queria ter a certeza de que conseguiria ultrapassar essa barreira. Mas a luta estava ganha por uma força maior, não havia o que fazer, só esperar, esperar e manter-se viva, aguardar um momento de distração da dor que a atacava.
O frio a cegava, fazia com que sua força desaparecesse, deixando-a frágil. O que seria essa dor? Como sairia daquele poço? Daquele vazio? Perguntava-se isso o tempo todo, ainda assim, atentava para cada movimento da dor. Estava tão cega, e com tanta vontade de se sentir viva que, não havia se quer reparado ao seu redor, a cada coisa que estava presente ali naquele lugar.
Espelhos! Quando se acalmou um pouco e conseguiu ver algo diante da dor, enxergara espelhos espalhados em todos os lados, estava presa diante de reflexos de si mesma. Quanto mais olhava tentando encontrar a saída, mais sentia-se tonta, enjoada. Via-se refletida de muitas formas, muitos jeitos, cada espelho mostrava um pouco de si, um pouco de como tinha sido em sua vida, um pouco de como estava sendo e agindo agora. Sentia-se confusa, cada vez mais perdida, e a dor aproveitava dessa fraqueza para se apoderar cada vez mais.
Entre tantas maneiras de ser, formas que eram refletidas em todos aqueles espelhos, algo chamou sua atenção. Todos os seus jeitos de ser buscavam lutar para superar-se, para mostrar ao outro que poderia ser melhor diante da situação que estava sendo refletida naquele momento. Seus reflexos mostravam-se cada vez mais verdadeiros, não sabia se o que via em cada espelho era real, ou se a imaginação estava por construir o que seus olhos estavam a olhar. Em muitos momentos entravam em constantes desafios, como se tal feito poderia mudar o que havia sido naquele momento ou simplesmente mostrar-se mais forte, sobressaindo assim ao jeito “fraco” de ser. Entre tantas confusões e tantos acontecimentos turbulentos naquele momento, acabara entrando em pânico dentro de si, não conseguia de forma alguma decifrar o real do ilusório e isso a assombrava.
Sua cabeça ficava presa ao que via, prestava atenção em como agiu em cada passo de sua vida, a intensidade de cada momento, a raiva sentida. Cada emoção parecia fortificá-la, dando lhe forças para sair dali, daquela solidão, vencer aquele vazio sem fim. Mas ainda perguntava-se como seria possível escapar de algo tão cruel; pensava e pensava, entretanto não conseguia achar uma solução.
Procurando por uma saída, escutou um eco, que dizia: “Como sempre você está só!”, como estaria só, se diante de si estavam todos os seus reflexos, seus defeitos e qualidades juntos? Foi quando percebeu que aquele vazio era sua alma pedindo socorro, precisava juntar-se novamente, olhar para os espelhos e ver um único reflexo, ser um único ser, pois aquela divisão a matava aos poucos. Seu ser estava em crise, já não se sentia mais inteira, faltava algo que a completasse.
Percebeu que para suportar, ou até mesmo, vencer aquela força que a prendia diante daqueles espelhos e a deixava vulnerável, seria necessário lutar contra si própria, derrotar essa crise que seu íntimo vivia, passar por cima de muitas coisas que para si tiveram um valor significativo. Como não encontrara outra saída, e sentia que para permanecer viva, precisava sair daquele lugar o mais rápido possível, resolvera ir em frente, precisava voltar a ser uma só novamente, para poder encontrar a melhor maneira de sair daquele sufoco. Sabia que essa decisão poderia deixar seqüelas, marcas, dores infinitas, que poderia ser destruída por essa vontade de seguir adiante. Mas não havia outro caminho a ser percorrido, ou lutava contra si, ou deixava que o vazio a matasse.
O tempo passava lentamente, sua cabeça trabalhava numa velocidade assustadora, pensava, refletia, buscava, avançava, recuava – ainda era preciso mais. Como uniria seu interior? Como mostraria a sua alma que, todas aquelas formas de ser eram uma só? – viajava em seu pensamento, quanto mais demorava mais o vazio a consumia. Desespero e angustia estavam presentes o tempo todo, nada era claro, quando estava preste a decidir, recuava novamente com medo do que estaria por vir.
Os acontecimentos hora fortificavam-na, hora enfraqueciam-na. Estava enlouquecendo, tudo parecia conspirar contra seus planos, sentia-se só, estava sentindo seu chão sumir, era como se algo a impedisse de lutar sozinha. Buscava se agarrar em momentos bons de sua vida, em lembranças de pequenos momentos que naquele instante eram os maiores, eternizava a passagem de algumas pessoas importantes em seu caminho, lembrando do amor, do carinho que as faziam especiais, para que pudesse retomar sua força e seguir conforme o planejado.

Não sabia como sair daquele poço, daquele buraco, precisava de calma, precisava respirar. Ao olhar novamente para os espelhos a sua volta, vira que muitos deles refletiam os amores de sua vida, pessoas que por algum motivo conquistaram esse privilégio, pessoas que se fizeram tão importantes que seria capaz de qualquer coisa para estar ao lado delas e não diante de toda aquela solidão, que a machucava.
Ao pensar no amor, refletia sobre o que seria mais plausível naquele segundo, lutar ou simplesmente esperar e deixar que a vida tomasse o melhor rumo? Caminhar para estar ao lado de quem amava ou deixar que essas pessoas seguissem por si sós? Como agir certo, se ser certo é incerto? As perguntas tomavam conta de si, não conseguia agir, só conversar com o seu coração. Sabia que precisava parar os pensamentos e colocar ação neles, mas sentia-se presa a tudo aquilo, a toda aquela sensação de vazio que estava dentro de si. Como deixar os pensamentos de lado? Como unir tudo o que estava separado? A cada pensamento, cada pergunta sem resposta, sua esperança de sair daquele pesadelo diminuía, e mais que isso a machucava, era como se estivesse próxima do fim, um fim desconhecido, mas altamente doloroso.
Com tudo ao seu redor acontecendo, algo lhe chamou a atenção, um dos duelos acabará de começar entre seus reflexos, de um lado do espelho estava o que parecia ser sua Fúria, em momentos mais rebeldes e, do outro sua Tranquilidade diante desses mesmos momentos. Vendo aquelas cenas refletidas nos espelhos, perceberá que seus sentimentos sempre estiveram lado a lado em todos os momentos, o que a fazia pensar quais os motivos que seriam capazes de fazer uma união se quebrar. Passou muito tempo quieta a refletir, não encontrava solução para o enigma que estava diante de suas mãos, e voltava com calma a olhar para cada pensamento, percebera, então, que seria necessário voltar no tempo, olhar cada passo, cada atitude, cada “eu”, para que assim pudesse obter o máximo de detalhes que poderia para encontrar uma resposta, mas para isso precisaria estar com sua mente completamente vazia.
Os minutos que estavam por vir, seriam os mais demorados de sua vida por completo, existia o medo de não conseguir voltar mais a si mesma, mas era preciso e importante voltar a cada lembrança de sua vida. Fechara os olhos, deixava que seus pensamentos vagassem, precisava alcançar um estado no qual jamais havia estado antes, precisava conseguir meditar. No começo tudo era tão complicado, inúmeras vezes percebera que estava acompanhando seus pensamentos, o que não podia acontecer, era necessário não se apegar a eles, simplesmente os deixar sair e sair, como se não fossem mais necessários em seu interior. Era muito difícil não se importar, deixar o que estava apavorando-a de lado, mesmo sabendo o quanto era necessário.
Ao longo dos minutos que se passavam, seus pensamentos pareciam não ter fim, permaneceu durante horas ali sentada, voltada a acabar com pensamentos mundanos, mas sua paciência estava se esgotando. Ao passo que sua mente começou a ficar vazia, sentia uma sensação de tranquilidade, uma calma sem fim, como se nada fosse capaz de atrapalhar seu transe. Durante tempos a única coisa que existia sobre o seu ser era paz, confortavelmente podia ficar ali durante o resto de sua vida, por alguns segundos sentiu que sua respiração estava ficando fraca, e assim lembrou-se de uma forma mágica o que a havia levado àquele estado. Então, suas memórias foram alcançadas, começava a rever sua vida desde que nascerá, sentia-se como se estivesse vivendo tudo aquilo, de tão real que parecia ser, as sensações tomavam conta do seu corpo, era tudo muito intenso, muito profundo. Choros, risos, dores, sensações prazerosas e outras amargas, os sentimentos eram fortes, faziam-na  reagir como se realmente estivesse passando por aquele momento que estava a ser revivido em suas lembranças. Durante muito tempo o único som que ouvia, era o dos seus pensamentos, embora soubesse que precisava prestar atenção nos detalhes, alguns acabavam por escapar, outros pareciam não ter a menor importância.
Frente a sua vida percebera que, o que a prendia naquele vazio sem fim, era a falta de confiança em si própria, falta de confiança no próximo e principalmente em tudo o que estava a sua volta. Ao se dar conta, as lembranças avançavam com uma velocidade absurda, fazendo com que perdesse o controle de sua respiração, o vazio a prendia dentro daquele sufoco. Era impossível respirar, como se existisse uma tampa em seu peito.
Lutou durante muito tempo contra a falta de ar, no entanto, não resistiu, o vazio conseguiu vencer por completo. Não existira amor capaz de liberta-la daquele buraco que, por fim, acabara de destruí-la.
Ao sentir um formigamento por todo o seu corpo, sentiu uma pequena corrente de ar chegando em seu pulmão. Acordara, assustada, preocupada em inspirar e expirar o ar com tanto fervor, como se fosse lhe faltar ar para toda a eternidade. Aos poucos o coração acelerado do susto, fora voltando ao normal e, retornava, lentamente, a sua total consciência.
Acabara de ter o pior pesadelo de sua vida, sentia-se meio morta, meio viva. Buscava amenizar a dor, o medo da solidão, a angústia de viver sua morte, a espera da tranquilidade e, por fim, a esperança de poder confiar – confiar em tudo e todos ao seu redor, mas principalmente em si mesma – e assim preencher todo aquele vazio que, mesmo em sonho, existiu dentro de si.
E, o eco, novamente se pronunciou: “Calma! Tenha calma! credita em Deus? Acredita no Amor? Acredita nas Amizades? Se acredita, tenha certeza que jamais estará sozinha!”.




By Tammy Capovilla

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Simplicidade Com a Qual Vivo!

... Viva Assim Você Também...


Quando você nasce, não vem com uma bula. A gente aprende a viver, vivendo. E, saiba, viver pode ser muito simples. Tudo, absolutamente tudo aquilo de que você precisa para viver bem está aí, dentro de você. Descubra isso, aprenda a ouvir-se e, principalmente, respeitar-se. O que você deve sempre fazer, em seu próprio benefício, é calibrar seu olhar ao longo da caminhada. Redescubra a paixão e viva apaixonado, esse é um grande segredo e a força que move montanhas. Repare como você age quando está sob efeito da paixão e como tudo parece fluir melhor. Crie o clima para viver em estado de namoro. Você sabe, quando estamos namorando, facilitamos. Facilite as coisas para você, para os outros e para tudo o que o cerca. A vida fica bem melhor e você, irresistível...
Lembre-se de que há tempo de plantar e tempo de colher. Tempo de chuva e tempo de estiagem. Tem o tempo de chegar e o tempo de partir.
Tempo de perceber tudo o que anda a sua volta. Tempo de sentir.
Pense em você. Sempre. O segredo é nunca perder a capacidade de admirar-se com as coisas. Todas as coisas. Você não pode se acostumar. Quando a gente se acostuma, fica chato. Dá tédio. Perde a graça. Não deixe isso acontecer com suas coisas. Faça por você e admire-se.
Perceba-se simples. Procure sentir a magia da simplicidade das coisas e a genialidade com que a natureza se inventa. Procure prestar mais atenção no caminho que separa sua casa do seu serviço, procure novos caminhos. Olhe se tem árvore, olhe a cara do guarda sentado na esquina, conte quantos semáforos há no caminho, sem pensar que eles estão sempre vermelhos e o trânsito sempre denso. Você pode aprender a usar as armas de que dispõe para achar mais graça das coisas, aprender a usar de verdade seus sentidos, os cinco. Cada um de uma vez e, de vez em quando, todos juntos. É uma sensação muito gostosa. 
Você pode ouvir mais seu corpo, mais ouvi-lo por dentro, escutar uma música e viajar na melodia. descubra o poder calmante ou relaxante da música, das cores, dos cheiros e levante seu astral. Você pode sentir mais prazer com as coisas, pode dormir mais e dormir melhor só para sonhar mais. Você pode das mais risada, uma risada mais solta, mais marota, mais relaxada do que o sisudo sorriso de reunião ou coquetel. Você pode ser muito mais criativo, arriscar-se a pintar um quadro, fazer um desenho, escrever um poema, olhar um problema por um ângulo novo, de um jeito que você nunca pensou. Você deveria se permitir namorar mais e agir como quando era adolescente e achava que sabia das coisas; hoje, você pode, usando ainda um pouco daquela energia juvenil, com a vantagem de saber mesmo muito mais. Ame muito, reinvente o amor, redescrubra-o dentro de você. Ame completamente e deixe-se sentir amado.
Comemore suas vitórias. Por menores que elas possam ser, não deixe de comemorar. Perceba que a cada dia você tem uma boa razão para comemorar. Invente seu próprio jeito de fazer comemorações, faça-as de maneira que cada vez uma seja diferente da outra. Crie a sua dança da vitória, crie seu rito de festa. Comemorar faz bem e pode ser muito divertido. Valorize-se. Saiba gostar mais de você. E sinta-se um vencedor. Pegue o lápis e pinte de verde o seu dia, sua noite, sua vida.


E viva o melhor que você possa viver! Compartilhe com as pessoas a sua volta o melhor de cada momento! ;)





By Tammy Capovilla